terça-feira, 4 de junho de 2013

IPÊ AMARELO

No asfalto, esquecido, tão triste.
Solitário ele fica. Acanhado, minguado.
Desprendendo um aroma de piche,
nem sei como vive, o pobre coitado.

Sem verde por perto e ar poluente.
Com tanta fumaça e os olhos ardentes.
Não vê da vidraça as folhas de cinza
que morrem na praça em cores matiza.

O ar desafia. Chamuscada e mansa,
procurando o verde perdido,
suas ramas balançam, balançam.

As flores, num só colorido,
adorna a cidade que dança
no som desse ritmo poluído!

Odila Placência - Barueri - SP

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A CHUVA (Rondel)

Na sensual e bela estação de abril,
com ruídos suaves por sobre a relva,
ela chega, num começo carinhoso e gentil.
Vem esfriando o ar quente da selva.

Beijando cantos discretos, pueril,
onde se ouve só voz de fera,
na sensual e bela estação de abril,
com ruídos suaves por sobre a relva.

A chuva caía, leviana, macia.
Num som de acalanto, sem pressa, vertia.
Espalhando-se na terra de força viril,
regando os montes e matas numa euforia.
Na sensual e bela estação de abril!

Odila Placência

MEU COMPANHEIRO (Rondel)

Fofo cheiroso, tão brando e gostoso!
Nesse teu jeito, é assim que te sinto.
Suave, macio, palpável e charmoso.
De noite te agarro e me abraço contigo.

És para mim tão doce, tão carinhoso.
Dou-me a ti e como queres, consinto.
Fofo cheiroso, tão brando e gostoso!
Nesse teu jeito, é assim que te sinto.

Sonho voando nas penas de ganso
soltas em teu corpo caridoso, e descanso.
Sentindo teu aconchego tão amoroso.
Adorado travesseiro, contigo eu danço.
Fofo cheiroso, tão brando e gostoso!

Odila Placência